O famoso bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, nem sempre foi um bairro livre, tampouco oriental. Durante os períodos de colonização e escravidão, a região era chamada de Largo da Forca. Isso porque lá que eram enforcados os condenados e desobedientes civis da cidade. A Igreja de Santa Cruz, um de seus pontos turísticos, ficou conhecida como Igreja dos Enforcados, onde até hoje é costume acender velas para as almas de entes queridos mortos.
Origem da colonização japonesa em São Paulo
A colonização japonesa na área começou em 1912, quando a rua Conde de Sarzedas começou a ser povoada pelos recém-chegados. Mas foi antes, em 1908, que o navio Kasato-Maru ancorou no porto de Santos, trazendo os primeiro 782 imigrantes japoneses ao Brasil. A princípio, a região que hoje conhecemos como Liberdade foi escolhida pelos seguintes motivos:
- Baixo preço dos alugueis: diversas famílias moravam na mesma casa, o que barateava o custo de moradia;
- Localização central na cidade: vivendo na área, era possível se locomover facilmente para outras regiões da cidade, principalmente a trabalho.
Com o passar dos anos, a comunidade se tornou um lugar seguro e aconchegante para esses novos estrangeiros. Não demorou muito para o comércio se desenvolver no bairro e, logo, hospedarias, vendas e agências de emprego se instalaram no local, além de uma Taisho Shogakki: escola primária que educava pequenos japoneses. 20 anos depois, em 1932, a população nipônica já chegava a 2 mil pessoas na região, que era antes chamada apenas de “caminho do carro que vai para Santo Amaro”.
Desenvolvimento comercial nos anos 50
Na década de 50, a rua Galvão Bueno tornou-se o centro da pequena província, oferecendo hotéis, bons restaurantes, salões de dança, todo tipo de comércio e, principalmente, cinemas. Eram exibidos somente filmes produzidos no Japão em casas como o Cine Niterói, Cine Nippon, Cine Tokyo e Cine Joia – este último, atual casa de shows.
Com a implantação da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (ACAL), na década de 70 o bairro começou a se transformar. A Liberdade ganhou sua decoração no estilo oriental, a estação do metrô foi construída e outras nações orientais tiveram parte de sua população imigrando para lá, como chineses e coreanos. A ACAL ainda se preocupa com o desenvolvimento social, assistencial e econômico do bairro, aumentando a segurança e a qualidade de vida de seus moradores e visitantes.
O bairro da Liberdade nos dias atuais
Hoje, a Liberdade não é só mais um ponto turístico da cidade de São Paulo, mas um reduto oriental culturalmente completo para todas as idades. Acolhe a maior colônia japonesa do mundo fora do próprio Japão, e o comércio de utensílios, roupas, alimentos e literatura atrai nipo-brasileiros de todo o País. Além disso, acontecem tradicionais festas típicas e eventos anuais promovidos pela ACAL, proporcionando lazer gratuito de curiosos, da população e de seus admiradores.
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